Natal é a lareira à meia noite, um belo copo de Wyskey (sim, com "ey" como se escreve na Irlanda, como se destila três vezes e se amadurece oito anos em casco como na Irlanda!) e a boa música que não nos ofende a inteligência nem os ouvidos.
15 dezembro, 2006
Fire at midnight
Natal é a lareira à meia noite, um belo copo de Wyskey (sim, com "ey" como se escreve na Irlanda, como se destila três vezes e se amadurece oito anos em casco como na Irlanda!) e a boa música que não nos ofende a inteligência nem os ouvidos.
12 dezembro, 2006
25 novembro, 2006
E ainda mais vinil
18 novembro, 2006
Vinil Forever!
Imagem: célula Sumiko Oyster a fazer a leitura de um LP.
Mas porquê esta resistência toda do vinil? O que faz o vinil ser melhor do que os outros formatos? Até porque deveria estar já morto e enterrado! Senão, vejamos:
Não é mais portátil - um LP é grande, metido num envelope quadradão; não se pode ler num leitor portátil pois um dos princípios mais importantes sobre a leitura do vinil é a estabilidade, a ausência de interferências mecânicas durante a leitura.
É mais frágil - parte com mais facilidade que um CD, suja-se com mais facilidade, risca com uma facilidade incrível, ganha electricidade estática e é passivel de se gastar com o tempo! (principalmente se lido com uma agulha montada num braço mal afinado).
Não é mais universal que um CD - os gira-discos escasseiam, não se encontram por aí à venda em qualquer superfície comercial; os discos idem-aspas; as novas edições que também gravam em vinil são pouquíssimas, se bem que muitas editoras já começaram a entrever um nicho de mercado em reflorescimento.
É mais caro e mais lento gravar em vinil que em CD - a gravação de vinil, ou seja, a prensagem, é um processo algo complexo quando comparado à gravação em série de milhares e milhares de CD's por uma editora; depois, qualquer um de nós grava em casa um CD virgem que custa menos que meio euro.
A boa leitura de vinil, com qualidade de reprodução, depende de uma série de factores difíceis de controlar: a boa qualidade da prensagem da gravação, a estabilidade do gira-discos, a qualidade de construção do gira-discos, o mecanismo de rotação (motor, correia, etc.) em bom estado e a manter um ritmo certissimo, a qualidade e afinação do braço, a inércia do prato, a qualidade e estado da célula e do estilete (a "agulha"), a qualidade e estado dos cabos, a pré-amplificação e amplificação e a tradução mecânica do som (colunas).
Se tudo isto estiver bem, um disco dará anos e anos de prazer de audição sem limites. Pois um disco de vinil é um verdadeiro "master". Nele estão inscritos mecanicamente todos os elementos da Música.
Ouçam e comparem. O próximo post voltará a abordar este assunto.
04 novembro, 2006
Nursery Cryme
Nursery Cryme, Virgin Records, 1971. Tem edição remasterizada de 1994. Tem o clássico "The Musical Box", considerado por muitos o hino que melhor define o espírito do Rock Progressivo. Tem temas como "The Return of the Giant Hogweed" e "Fountain of Salmacis", que parecem piscar o olho ao Heavy Metal, como bisavôs distantes que imaginam o futuro da sua linhagem.
Este disco é o futuro no passado!
29 outubro, 2006
20 outubro, 2006
Essa boneca...
Um dos porta-estandartes da MPB, Vanessa da Matta, veio recentemente ao Coliseu do Porto, onde ofereceu um concerto interessantíssimo, cheio de vivacidade, harmonia e ritmo.
Desengane-se quem pensar que Vanessa é mais uma cara bonita no panorama musical brasileiro. De facto, é bonita, tem um penteado louco, mas anda nisto da música há muitos anos e de uma forma séria e compenetrada. Nascida em 1975 numa pequena cidade do Mato Grosso, apenas em 2002 editou o seu primeiro álbum, homónimo. O segundo, "Essa Boneca Tem Manual", é de 2004. E o que andou Vanessa a fazer entretanto? A compor! Para nomes como Maria Bethania, Chico César ou Daniela Mercury, e a colaborar com Milton Nascimento e Ana Carolina.
De facto, a sua desenvoltura e simplicidade em palco, deixam transparecer um espírito humilde de uma cantora completa, que vem contrariar o marasmo clássico da MPB em que a menina cantava sempre a música de outro compositor.
A MPB está bem entregue, enfim!
08 outubro, 2006
Freak show #4
07 outubro, 2006
A Queen of Honey
Demorei muito tempo para apreciar as potencialidades deste álbum. Muito menos do que a Senhora Kate Bush demorou para juntar todas as peças dete belíssimo puzzle musical, desta história mágica que é o seu último trabalho. Deixo, pela primeira vez, todas as restantes considerações ao ouvinte pois considero-me indigno de as tecer.
05 outubro, 2006
Freak show #3
25 setembro, 2006
16 julho, 2006
A propósito do calor...
Master Blaster (Jammin')
Everyone's feeling pretty
It's hotter than july
Though the world's full of problems
They couldn't touch us even if they tried
From the park I hear rhythms
Marley's hot on the box
Tonight there will be a party
On the corner at the end of the block
Didn't know you
Would be jammin' until the break of dawn
I bet nobody ever told you that you
Would be jammin' until the break of dawn
You would be jammin' and jammin' and jammin', jam on
They want us to join their fighting
But our answer today
Is to let all our worries
Like the breeze through our fingers slip away
Peace has come to Zimbabwe
Third world's right on the one
Now's the time for celebration'cause we've only just begun
Didn't know that you
Would be jammin' until the break of dawn
Bet you nobody ever told you that you
Would be jammin' until the break of dawn
You would be jammin' and jammin' and jammin', jam on
Bet you nobody ever told you that you
(we're in the middle of the makin's of the master blaster jammin')
Would be jammin' until the break of dawn
I know nobody told you that you
(we're in the middle of the makin's of the master blaster jammin')
Would be jammin' until the break of dawn
We're jammin', jammin', jammin', jam on
You ask me am i happy
Well as matter of fact
I can say that i'm ecstatic'
cause we all just made a pact
We've agreed to get together
Joined as children in jah
When you're moving in the positive
Your destination is the brightest star
You didn't know that you
(we're in the middle of the makin's of the master blaster jammin')
Would be jammin' until the break of dawn
I bet you nobody ever told you that you
(we're in the middle of the makin's of the master blaster jammin')
Would be jammin' until the break of dawnOh, oh, oh, oh, oh, you
(we're in the middle of the makin's of the master blaster jammin')
Would be jammin' until the break of dawn
Don't you stop the music, oh no,
(we're in the middle of the makin's of the master blaster jammin')
Na, na na...
(we're in the middle of the makin's of the master blaster jammin')
Nobody told you oh, oh, oh, you
(we're in the middle of the makin's of the master blaster jammin')
Would be jammin' until the break of dawn
I bet you if someone approached you
(we're in the middle of the makin's of the master blaster jammin')
Yesterday to tell you that you would be jammin'
you would not believe it because you
never thought that you would be jammin'
Oh, oh, oh, oh,
(we're in the middle of the makin's of the master blaster jammin')
Jammin' 'til the break of dawn
Oh, oh, oh, you may as well believe what you are feeling
(we're in the middle of the makin's of the master blaster jammin')
Because you feel your body jammin'
(we're in the middle of the makin's of the master blaster jammin')
Oh, oh, you would be jammin' until the break of dawn
(we're in the middle of the makin's of the master blaster jammin')
07 julho, 2006
25 junho, 2006
Freak Show #2
A sua voz grave, a forma quase hitleriana como pronuncia os RR's, os seus sucessos na música popular alemã, a sua postura hirta, segurando o microfone contra o peito, e os seus óculos escuros sempre presentes, fazem deste músico um dos meus favoritos do género.
É o grande, grande Heino!
Êxitos como Schwarze Barbara ou Blau Blüht Der Enzian fazem as delícias de qualquer apreciadora da música popular alemã (que, aliás, é uma das mais pimba do Mundo, talvez só ultrapassada pela polaca).
E as capas dos seus discos são simplesmente, fabulosas! Em cima, um dos clássicos do género pimba, o Amor de Mãe. Veja-se as rosas vermelhas e a expressão carinhosa na cara do Heino.
O amor do seu caniche também parece ser importante para Heino. É de partir o coração!
Mas reparem que o artista parece estar mais contente com o cão do que com a mãe. Pudera! Anda uma mãe a criar um filho para isto, como é que não haveria ressentimento? Aquele olhar distante sobre o ramo de rosas vermelhas (numa clarissima alusão a José Malhoa) como que a dizer - "olha o que fizeste de mim, sua matrona pindérica!" não tem preço.
Freak Show #1
Isto equivale a um primeiro lugar dos paraolímpicos, mas na música! É louvável que as pessoas que não têm laringe não deixem, só por isso, de cantar! E deve dar um efeito bonito! Parabéns aos laringectomizados de Espanha!
17 maio, 2006
Estranho
É estranho porque pela primeira vez falo de algo novo neste blog. Mas o mais estranho ainda está para vir.
Quando vi o excelente filme de Wes Anderson, The Life Aquatic With Steve Zissou (título pessimamamente traduzido para português: Um Peixe Fora de Água), pensava que á ver uma rábula às aventuras de Costeau. De facto, estão lá os principais ingredientes, desde o velho barco de guerra convertido em navio científico, os barretes vermelhos que toda a tripulação usa, o look late 70's ou early 80's... Mas o filme é tudo menos hilariante. É mais um filme sobre a vida, com alguns takes de rara beleza, do que uma comédia. Bem ao estilo que Anderson nos tinha habituado com The Royal Tannenbaums.
O mais bizarro do filme é o papel desempenhado pelo músico/actor Seu Jorge, que já nos tinha brindado com uma excelente interpretação de Mané Galinha no Cidade de Deus, e que aqui aparece como um brasileiro especialista em segurança da tripulação de Zissou, e que surge na maior parte das cenas a interpretar músicas de David Bowie cantadas em português, no estilo descontraidissimo que o caracteriza. Pensei logo que seria engraçado ter a banda sonora do filme com aquelas músicas de Bowie, vestidas de novo e com aquele tom tropicalista. E estão lá, no OST do filme (The Life Aquatic With Steve Zissou OST, Hollywood 2005), juntamente com algumas pérolas instrumentais que dão o ambiente indiscritível às cenas de Wes Anderson. Mas não ficam por aqui...
Seu Jorge edita em nome próprio todas as músicas que tocou no filme e mais algumas, no seu álbum The Life Aquatic Studio Sessions (Hollywood 2005).
O próprio Bowie diz que as suas músicas ganharam rara beleza interpretadas por Seu Jorge.
25 abril, 2006
10.000 Anos Depois
01 abril, 2006
1 de Abril
É dia das mentiras, mas o que se passou foi mesmo verdade: em 1966 saíu a público a notícia que o Beatle Paul McCartney tinha morrido num tragico acidente de automóvel e que tinha sido substituído por um duplo, de nome William Shears Campbell (o Billy Shears do Sgt. Pepper's)!
Quem pensar que estou a fazer uma partida de 1 de Abril extremamente redundante, que tome a liberdade de ler a Wikipedia e vai ver que não estou a mentir.
Aparentemente, esta teoria da conspiração do Paul Is Dead tem uma legião de seguidores que encontraram inúmeras pistas na própria música e comportamento dos Beatles que sugere que isso realmente teria acontecido. É incrivel a quantidade de simbolismo que estas pessoas conseguiram vislumbrar nas capas dos albuns dos Fab Four - só a do Sgt. Pepper's tem inumeros sinais que demonstram que os restantes três elementos da banda queriam fazer passar a mensagem de que McCartney tinha realmente morrido.
30 março, 2006
Adquirir o gosto
O álbum que vos trago hoje é, não só aquele que pode ser uma introdução para a música desta excelente banda, muito pela força do título – Acquiring the Taste – como também aquele em que os elementos da banda assumem literalmente esse risco, como se pode ler no disclaimer:
“É o nosso objectivo expandir as fronteiras da música popular contemporânea, sob o risco de nos tornarmos muito impopulares. Gravámos cada composição com um pensamento – que deveria ser única, aventureira e fascinante. Para o conseguir, foi necessário cada fragmento dos nossos conhecimentos técnicos e musicais combinados. (traduzido)”
E isto é verdadeiro: os músicos desta banda tocam, entre todos, cerca de 30 instrumentos, frequentemente trocando de instrumento durante os concertos, e cinco dos elementos cantam!
Para os ver ao vivo, só em vídeo. Existe um DVD oficial – Giant on The Box (2004) – que reporta raras aparições da banda em programas televisivos e entrevistas.
Se o prezado leitor se quiser envolver no caminho sem retorno da aquisição do gosto por esta música, pode também experimentar outras excelentes obras do grupo, como o Octopus (1972), In a Glass House (1973) ou The Power and the Glory (1974).
21 março, 2006
Um pouquinho mais...
.
"This is the end of men's long union with earth"
"Why don't you touch me?"
"You yourself are just the same / As what you see in me"
16 março, 2006
The Musical Box
Pondo de parte o anacronismo e a genética, o concerto foi igual ao album, igual ao espírito dos Genesis, emotivamente igual. O anacronismo porque passaram mais de 30 anos desde o último concerto da The Lamb Tour, e porque a sala estava cheia de quarentões e cinquentões. A genética, porque não eram os Genesis em palco, mas sim a fantástica banda canadiana que voltou a dar vida a todas as músicas do The Lamb e, em encore, tocou ainda o Musical Box e o Watcher of the Skies.
Aprendi ali que fazer tributo é a arte da verdadeira homenagem - a imitação - e que esta só se consegue pela resolução de todos os pormenores, por mínimos que sejam. Desde o hábito que Peter Gabriel ainda hoje tem de introduzir as músicas contando-lhes a história, com o seu muito britânico sentido de humor, até à concentração de Hackett, o atinadinho da banda, passando pelo antagonismo divertido de Collins, agradecendo, no final, que a audiência tivesse permanecido acordada (pronúncio do conflito já evidente no seio do conjunto).
Os próprios instrumentos utilizados pelos músicos são ou vintage, ou imitações perfeitas dos originais, feitas por encomenda, como a estranha guitarra de dois braços de Rutherford, com um baixo barítono de 6 cordas num braço e uma guitarra semi-acústica de 12 cordas no outro. Até os slides que passam em fundo são os originais da digressão dos Genesis.
Ao leitor, aconselho vivamente uma viagem pelos primeiros albuns dos Genesis, da era Gabriel, desde o Trespass até ao The Lamb, passando obrigatoriamente pelos Nursery Cryme, Foxtrot e o Selling England by the Pound.
Para o ano, os flyers prometem o regresso deste excelente conjunto de tributo, na sua derradeira digressão, desta vez com a Selling England Tour. Lá nos encontramos.
03 março, 2006
Eu... vou ali e ja venho!
21 fevereiro, 2006
Achtung, Baby!
19 fevereiro, 2006
Júlio Pereira
16 fevereiro, 2006
New Orleans Funk
15 fevereiro, 2006
Liberdade
A bela Nova Orleães, recentemente devastada pelas tempestades, sempre foi um local de confluência de culturas diversas, as quais uniram as suas musicalidades para formar algo de completamente novo. Por ter sido uma colónia francesa, aos seus escravos era permitido que se reunissem, trocassem e dançassem nos seus momentos de folga, o que nos outros estados americanos era proibido, fruto da rigidez anglicana.
Daí que esta cidade do Sul dos Estados Unidos da América sempre foi uma das mais musicais do Mundo. Foi lá que nasceu o Blues, forma de música que viria a perfilhar todas as outras que actualmente fazem parte do universo dito pop/rock, assim como o Jazz ou a Soul.
O Funk também teve origem em Nova Orleães, com grandes músicos como o Professor Longhair, um velho encorcovado que tocava piano com três dedos e batia o ritmo com pontapés na caixa do dito, ou os fabulosos The Meters, que fizeram sucesso impressionante.
Os ritmos sincopados do Funk, com clara influência africana, atravessaram, nos anos 50 e 60, o Golfo do México e chegaram às Caraíbas, em ondas rádio, influenciando músicos Jamaicanos, que reafricanizaram ainda mais a música, criando o Ska e o Roots, que viriam, anos depois, a originar o Reggae.
A liberdade, a sua existência ou a sua demanda, revelaram-se sempre fundamentais no acto criativo, na construção e desconstrução artística. Muitas das expressões musicais mais comuns que conhecemos hoje não existiriam se, aos negros de Nova Orleães, não tivesse sido permitido tocarem os seus batuques e dançarem nas poucas horas de descanso que lhes davam o algodão e a cana-de-açúcar.
08 fevereiro, 2006
É preciso ter olho para o negócio
Hoje, Sir Richard Branson, agraciado pela Rainha com o título de Cavaleiro, é um dos homens mais ricos da Europa e dono da original companhia aérea Virgin Atlantic.