A importância de um album é sempre relativa à época, à conjuntura social que se vive numa dada altura. Há, por isso, obras que se esgotam rapidamente na sobreexploração desse contexto e outras que perduram no tempo e registam o nome do seu autor na imortalidade. Um pequeno exemplo é o que aqui trago hoje.
De seu nome completo "The Rise and Fall off Ziggy Stardust and the Spiders from Mars", mas conhecido e reconhecido apenas como Ziggy Stardust, é uma obra maior de um David Bowie ainda algo inocente mas já explorador da multiplicidade de estilos e texturas que sempre construiram a sua música.
É um album conceptual, que cruza o universo das estórias do Rock'n'Roll com uma temática muito em voga nos anos 70: a exploração espacial, e que aliás já tinha vindo do último trabalho de David Bowie, o Space Oddity. Mas no caso do Ziggy, o conceito acompanha todo o album, enquanto que no Space Oddity está mais fragmentado.
A linha melódica utilizada por Bowie é extremamente forte, afirmativa e ao mesmo tempo, subtilmente original. Temas como os singles Starman e o mais conhecido Ziggy Stardust têm uma força invulgar. Para ouvir sem preconceitos. Os sintetizadores em Moonage Daydream são deliciosos e o It Ain't Easy faz lembrar vividamente Led Zeppelin. Mais um exemplo de como com Bowie cada música é uma surpresa. Daí ser chamado de Camaleão.
O album foi editado originalmente em LP em 1972 e reeditado para CD em 1990. Actualmente no mercado podem-se encontrar as remasterizações digitais feitas em 2002. Tem edição em SuperAudioCD, de 2003.
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