Imagem: célula Sumiko Oyster a fazer a leitura de um LP.
Mas porquê esta resistência toda do vinil? O que faz o vinil ser melhor do que os outros formatos? Até porque deveria estar já morto e enterrado! Senão, vejamos:
Não é mais portátil - um LP é grande, metido num envelope quadradão; não se pode ler num leitor portátil pois um dos princípios mais importantes sobre a leitura do vinil é a estabilidade, a ausência de interferências mecânicas durante a leitura.
É mais frágil - parte com mais facilidade que um CD, suja-se com mais facilidade, risca com uma facilidade incrível, ganha electricidade estática e é passivel de se gastar com o tempo! (principalmente se lido com uma agulha montada num braço mal afinado).
Não é mais universal que um CD - os gira-discos escasseiam, não se encontram por aí à venda em qualquer superfície comercial; os discos idem-aspas; as novas edições que também gravam em vinil são pouquíssimas, se bem que muitas editoras já começaram a entrever um nicho de mercado em reflorescimento.
É mais caro e mais lento gravar em vinil que em CD - a gravação de vinil, ou seja, a prensagem, é um processo algo complexo quando comparado à gravação em série de milhares e milhares de CD's por uma editora; depois, qualquer um de nós grava em casa um CD virgem que custa menos que meio euro.
A boa leitura de vinil, com qualidade de reprodução, depende de uma série de factores difíceis de controlar: a boa qualidade da prensagem da gravação, a estabilidade do gira-discos, a qualidade de construção do gira-discos, o mecanismo de rotação (motor, correia, etc.) em bom estado e a manter um ritmo certissimo, a qualidade e afinação do braço, a inércia do prato, a qualidade e estado da célula e do estilete (a "agulha"), a qualidade e estado dos cabos, a pré-amplificação e amplificação e a tradução mecânica do som (colunas).
Se tudo isto estiver bem, um disco dará anos e anos de prazer de audição sem limites. Pois um disco de vinil é um verdadeiro "master". Nele estão inscritos mecanicamente todos os elementos da Música.
Ouçam e comparem. O próximo post voltará a abordar este assunto.
3 comentários:
bah!!!o vinil é muito giro, mas não dá para usar no carro!Já viste o tamanho disso?Provavelmente era obrigatório o uso de um autocolante no carro. "Perigo de saltar a agulha". Isto para não falar da qualidade das nossas estradas, o disco estava sempre a saltar e nao se conseguia ouvir uma musica até ao fim. Provavelmente era preciso uma bateria só para o gira discos.
Gira o disco e toca o mesmo!abraço
Sempre a paixão que o move...pela música*
Excelente! Como eu gostava (há muitos uns anos...) de ligar o gira discos para ouvir Pink Floyd... Bons tempos!
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