30 junho, 2008

Onde Quando Como Porquê


O Quarteto 1111 editou este álbum em 1975, num momento em que o grupo já nem sequer praticamente existia. José Cid tomou a seu cargo levar a obra para a frente, daí o seu nome vir em destaque na capa.

Este disco foi apenas editado em vinil em '75 e não conheceu nenhuma outra reedição, até este ano, quando as edições Do Tempo do Vinil decidiram repescar algumas raridades da música portuguesa.

Fica aqui o anúncio da editora:

"Para a maior parte das pessoas, o Quarteto 1111 é "A Lenda d'El-Rei D. Sebastião" e o célebre primeiro álbum homónimo censurado pela PIDE em 1970. Mas os conhecedores sabiam da existência de um outro álbum, publicado já depois do 25 de Abril, numa altura em que José Cid já tinha encetado uma carreira a solo.

Esse segundo álbum vê agora a luz do dia pela primeira vez em CD, naquela que é a sua primeira reedição em mais de 30 anos desde a edição original (em Janeiro de 1975, no LP Decca SLPDP 5016). Onde Quando Como Porquê Cantamos Pessoas Vivas - "obra-ensaio de José Cid/Quarteto 1111" - é, nas palavras de José Cid ao jornalista António Pires reproduzidas nesta reedição, "um álbum de poesia" e "um álbum de rock sinfónico [...] de tendência muito acústica".

Composto por uma única longa peça de 30 minutos de duração ("separada" em duas partes pelas exigências do vinil), Onde Quando Como Porquê Cantamos Pessoas Vivas partiu de um poema de José Jorge Letria parcialmente reproduzido no álbum, e foi gravado nos estúdios de Paço d'Arcos da Valentim de Carvalho com uma formação que incluia apenas, do Quarteto original, José Cid e o guitarrista António Moniz Pereira, mais o guitarrista Mike Sergeant e o baterista Vítor Mamede.

Esta reedição Do Tempo do Vinil, disponibilizando pela primeira vez em mais de 30 anos um dos álbuns mais raros do rock português (segundo as indicações dos arquivos da Valentim de Carvalho, ter-se-ão vendido apenas cerca de 600 cópias), inclui depoimentos de José Cid, Mike Sergeant e Vítor Mamede sobre a criação, gravação e edição do álbum, recolhidos pelo jornalista António Pires, autor do livro biográfico do Quarteto 1111 A Lenda do Quarteto 1111."

23 junho, 2008

E os cisnes também

Claro que o senhor Stevens é menino para continuar a fazer mais projectos como o dos cisnes, além dos 48 álbuns que ainda lhe faltam para os EUA.


Um disco bonito!

Sufjan Stevens - Seven Swans (C) 2004 Rough Trade.

22 junho, 2008

Casa da Música

Em frente à Casa da Música, os concertos de S. João, da noite de dia 23 para dia 24 de Junho:

20:00 | PRAÇA
DJ RODRIGO AFFREIXO


22:00 | PRAÇA | ENTRADA LIVRE
ORQUESTRA NACIONAL DO PORTO
Joseph Swensen
direcção musical
Joly Braga Santos
Stacato Brilhante
Carl Nielsen Abertura
Maskarade
Edvard Grieg Suite n.º 1 Peer Gynt
Richard Strauss Don Juan
Leonard Bernstein Abertura Candide


24:00 | PRAÇA | ENTRADA LIVRE

IRMÃOS CATITA | RÁDIO MACAU



20 junho, 2008

O projecto ambicioso do Mr. Stevens


Já aqui tinha dito que considero o Sufjan Stevens um génio. As melodias são fantásticas, o ambiente que empresta às suas músicas é incrível e cheio de texturas e personalidade. As letras são complexas e densas, na sua maioria. Os arranjos musicais são interessantíssimos, muito bem conseguídos, extremamente musicais. Os álbuns têm sentido, têm pés e cabeça, equilíbrio.

O que eu não tinha dito é que este indivíduo tem um projecto em que se propõe fazer um álbum para cada estado dos EUA. Até agora, já há o fabuloso Illinois e o Michigan. Só faltam 48. Não tenho dúvidas que conseguirá!

O Contrabaixo

Mais um belo link para o blog do santuário do Jazz na Praia de Mira. Vale a pena uma visita a este bar extremamente acolhedor onde há, muitas vezes, jazz ao vivo. Quando não é ao vivo, toca sempre no sistema de som.

Expofacic 2008

Continuando na senda dos eventos de Cantanhede, aqui está o cartaz de espectáculos da Expofacic deste ano, de 25 de Julho a 3 de Agosto.



25|07
DA WEASEL
2007 foi um ano em grande para a banda, inicia-se com a gravação de AMOR, ESCARNO e MALDIZER, o 6º álbum de originais, editado em Abril, atingindo no dia da edição a PLATINA, lavando a Banda de Almada, pela primeira vez, ao 1º lugar do TOP nacional de vendas e pela segunda vez recebem na Alemanha o prémio MTV award, na categoria de BEST PROTUGUESE ACT. OS DONHINAS vão ser os primeiros no dia 25 de Julho a subir ao palco principal da EXPOFACIC
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26|07
SQUEEZE
Depois do reconhecimento nacional com os dois primeiros álbuns, eis que chega o terceiro disco de originais "One life is not enough" com mais rock e mais forte. "Sometimes a little some time", single de apresentação do novo trabalho, já toca nas rádios e na novela "Morangos com Açúcar".
BOB SINCLAR

+BIGALI+STEVE EDWARDS
Considerado como um dos maiores produtores a nível mundial na área da "DANCE MUSIC", BOB SINCLAR, tem actuado um pouco por todo o mundo, e nos melhores Clubes mundiais, destacando-se com o hit"LOVE GENERATION", retirado do seu quarto álbum "WESTERN DREAM", vendendo mais de 120.000 cópias nas duas primeiras semanas após o lançamento, tendo ainda sido a música oficial do mundial de 2006.
27|07
TONY CARREIRA
No terceiro dia do certame, sobe au palco principal um dos maiores embaixadores da musica ligeira portuguesa, que quase dispensa apresentação, para arrebatar os milhares de fans que se deslocarão de norte a sul do país, para aplaudir, no auge de uma carreira pautada só por sucessos musicais.
28|07
DAVID FONSECA
É um dos mais carismáticos e bem sucedidos artistas portugueses. Fundou a sua primeira banda em meados dos anos 90 e foi com ela no seu álbum de estreia SILENCE BECOMES LT atingiu as 240.000 cópias vendidas. Em 2003, DAVID, lança o seu primeiro disco a solo, SING ME SOMETHING NEW, onde explorar novas facetas de compositor e intérprete, atingindo com este o disco de ouro.

29|07

MARIZA
MARIZA NUNES nasceu em Moçambique em 1973, conhecida mundialmente MARIZA, foi a única portuguesas a integrar os concertos do Live 8 e tem actuado em todo o mundo nas salas de maior prestígio mundial, "Carnegie Hall, Royal Albert Hall, Salle Pleyer, Ópera de Sydney em entre outros", considerada pela BBC Rádio 3, como a melhor artista europeia na área de World Music.

30|07
QUIM BARREIROS
Dispensa apresentações, é um verdadeiro artista português, que na 6ª noite do certame sobe ao palco, ao longo de 38 anos de carreira artística, tem alcançado grandes êxitos com as suas músicas, fazendo da música popular a sua marca.
31|07
MIKAEL
É um jovem que após alguns anos de formação musical, iniciou a sua carreira a solo, no mundo da música ligeira. Em 2001 e com quinze anos estreia-se no palco do OLYMPIA de PARIS, em 2002 no coliseu de Lisboa, é aplaudido por 3000 pessoas, conquistando o público presente, mas foi em Maio de 2006 que a convite de Tony Carreira se estreou a solo no Pavilhão Atlântico, na última noite do mês de Julho, sobe ao palco principal para um grande concerto.
01|08
PEDRO ABRUNHOSA
Não, esta história não começa com uma banda de garagem. No início, foi o conservatório. PEDRO ABRUNHOSA, escolheu o caminho mais difícil. Fez ao contrário de muitos, estudou no conservatório e integrou o Grupo de Música Contemporânea de Madrid, fundou a escola de Jazz do Porto e mais tarde o BANDEMÓNIO, lançando as VIAGENS, trabalho que lhe deu a tripla PLATINA, com 140.000 cópias vendidas, desde essa data, tem acumulado sucessos atrás de sucessos e pela primeira vez vai ter a oportunidade de subir ao palco principal da EXPOFACIC para um concerto memorável.
02|08
WHITESNAKE
É uma banda britânica de Hard Rock, formada no final dos anos 70. Entre os seus sucessos destacam-se a balada IS THIS LOVE do álbum WHITESNAKE de 1987 e a pesada LOVE AIN 'T NO STRANGER do álbum SLIDE IT IN de 1984. Umas das melhores bandas do mundo de Hard Rock, os WHITESNAKE, vão tornar a penúltima noite do certame, numa noite inesquecível arrastando uma verdadeira legião de fans.
SEAN KINGSTON
Nasceu na Jamaica, mas cresceu nos EUA onde formou a sua identidade, com uma mistura de Reggae, Rap e Pop, esta mistura deu resultados imediatos com o lançamento do seu primeiro single "Beautiful Girls", sendo das músicas mais tocadas nas pistas de dança e rádios, o álbum "SEAN KINGSTON" é um dos mais vendidos do género.
03|08
XUTOS & PONTAPÉS
Os comendadores estão de volta à Cidade de Cantanhede para terem a honra de mais uma vez encerrarem a EXPOFACIC de 2008 na sua XVIII edição, realizando mais um espectáculo em cheio, pautado pela qualidade musical e principalmente pelo rasgo, daqueles que são dos melhores do Rock Português, este concerto não vai fugir à regra, colocando ao rubro os muitos milhares de fans


19 junho, 2008

Dixieland spirit

Quase que me esquecia do grande festival Dixieland de Cantanhede. Lembrei-me à última da hora e apanhei a última noite.

Por isso não publicitei este evento no blog. Mas fica aqui a chamada de atenção e, para o ano, tentarei lembrar-me a tempo.

O Dixieland de Cantanhede é um festival de Jazz do tipo Dixie, que radica nas marching bands de New Orleans, ou seja, é um tipo de Jazz bastante primitivo, que está na origem das origens de quase todos os tipos de música moderna ocidental de raiz afro-americana. Tudo o que é Funk, R&B, Rock, Soul, Reggae, foi beber a New Orleans e às marching bands as suas primordiais influências.

As bandas convidadas, além dos concertos habituais à noite, costumam animar o centro da cidade. Além disso, ainda há a tradicional parada de bandas.

O festival ocorre em paralelo com o evento Tapas&Papas, uma feira gastronómica que dá a conhecer os sabores regionais em tasquinhas. É mais um bom motivo para visitar a pequena e acolhedora cidade de Cantanhede, no distrito de Coimbra.

Deixo-vos aqui um vídeo dos Dixieland Crackerjacks, uma das bandas que mais me agradou na noite de Sábado passado, pela sua dinâmica e energia e pelo virtuosismo dos seus músicos.






No final dos concertos de Sábado, houve uma jam session conjunta, onde todos os músicos tocaram alguns standards de Dixie.

12 junho, 2008

Cabos DIY

Um cabo, num sistema de alta fidelidade de reprodução musical, não é apenas um acessório. É um componente do próprio sistema, pois este não toca sem cabos.

Os cabos de marcas conceituadas, como a Nordorst ou a Transparent, são caríssimos. E quando digo caros, não brinco! Bem, não vamos especular aqui se os preços pedidos são justos ou não. Isso compete ao bolso de cada um. E ao que cada um valoriza.

Qualquer pessoa com o material certo e algum jeito, pode fazer os seus próprios cabos de alta fidelidade.

Eu faço os meus.

Estes cabos de interconexão RCA foram feitos com fio de cobre, revestido a fita de teflon (PTFE, daquela de canalizador), enfiados nuns atacadores e soldados a fichas RCA Neutrik.


Vamos ao trabalho:

1) cortam-se 3 filamentos de cobre com o comprimento pretendido; os meus têm 45 cm e aconselho a não ir além de 80. Quanto menos cabo, menos perdas de sinal!

2) enrolam-se, com jeito e paciência, os filamentos de cobre em fita de teflon (PTFE) que tem uma baixa constante dieléctrica (é péssimo condutor), e como tal, isola bem, além de proteger o cobre contra a malfadada oxidação.



3) enfiam-se os filamentos cada um num atacador de sapatos à escolha, para ficar com um acabamento bonito. Eu usei atacadores de algodão.



4) colocam-se espaçadores que separem os três condutores um do outro à mesma distância ao longo de todo o comprimento do cabo. Eu usei espaçadores de um material que se costuma encontrar a proteger equipamentos electrónicos, e que costuma agora vir nas caixas em lugar da esferovite. Espaçar os condutores serve para reduzir a capacitância do cabo.



5) soldam-se as fichas RCA.

Este cabo tem apenas 3 condutores, ao contrário dos normais que têm 4. Isto porque a malha é partilhada, e está apenas soldada a uma das fichas. Nos aparelhos que este cabo serve para ligar, como por exemplo, entre um leitor de CD e um amplificador, o contacto de retorno é partilhado internamente, por isso não há razão nenhuma para que o cabo tenha um condutor a mais. Até porque quanto mais cabo, pior: maiores serão as probabilidades de perda ou interferência de sinal.

Quem não tiver o fio de cobre nú de pequena secção, pode fazer com um filamento de cabo cat5e unifilar (daqueles de cabo de rede informático).

O resultado final está aqui:



E os resultados sonoros falam por si. Um cabo que não fica nada a dever a muitos cabos comerciais que custam muitas vezes mais.

Nine Inch Nails à borla

Os Nine Inch Nails disponibilizam o novo álbum para download gratuito aqui.

Está disponível em vários formatos à escolha, desde mp3 até wav lossless.

11 junho, 2008

Don Rubén González

Com cerca de 80 anos, Rubén González foi repescado do esquecimento pelo Ry Cooder, integrando o colectivo Buena Vista Social Club, que o voltou a projectar para o estrelato, depois de, nos anos 50 e 60 ter percorrido a América Latina com a sua classe.

Sentado ao piano, Don Rubén esquecia a idade, os problemas nas articulações, e tornava-se perfeitamente integrado naquele balanço da música cubana. Apesar de todas as dificuldades técnicas que não o deixavam ser rápido o suficiente, lá se perdoavam algumas notas em falta, pois o produto final era, e continua a ser, de um virtuosismo e de uma honestidade impressionantes. O melhor pianista de sempre no seu género.

Don Rubén foi ter com o criador em 8 de Dezembro de 2003, mas deixou-nos obras fantásticas, tocadas em camaradagem com os seus compañeros de muitos anos de estrada.

Destaca-se o seu último álbum a solo, Chanchullo (2000, World Circuit Records).


04 junho, 2008

Boicote

O Le Musicien e o Chapéu de Três Bicos apoiam, sob todas as formas, o boicote ao Novo Acordo Ortográfico.

Aqui não se escreverá em conformidade com o dito acordo, mas sempre em português corrente e escorreito, como o da Agustina, do Eça, do Camilo e do Bocage.

Aqui não se comprarão livros novos que venham eventualmente escrevinhados e conspurcados com o Novo Acordo Ortográfico.

Aqui apoiam-se as medidas para matar o esquálido acordo, com luta armada se preciso for. A cantiga é uma arma.

02 junho, 2008

Zeca na Net

Um excelente site sobre José Afonso. Simplesmente genial, reúne um conjunto de informação bastante amplo.



Já agora fica uma correcção sobre a citação que fiz no post sobre o álbum "Cantigas do Maio". A autoria do testemunho é de José Mário Branco, o produtor do álbum.

Deixo-vos aqui também um vídeo do "Venham Mais Cinco" ao vivo no Coliseu.