08 fevereiro, 2006

É preciso ter olho para o negócio

Nos idos de '70, um miudo compôs uma sinfonia e tentou edita-la. Bateu a muitas portas e a resposta foi sempre a mesma: uma recusa terminante em gravar um tema completamente instrumental, e cheio de sonoridades estranhas. Quando estava a baixar os braços, apareceu outro miudo, dono de uma lojita de discos e que tinha começado a construir uma editora pequenina, caseira, que acreditou no trabalho do primeiro e resolveu, enfim, edita-lo. Resultado: ficaram, os dois, podres de ricos.
O primeiro miudo chama-se Mike Oldfield. O segundo, Richard Branson. O disco, Tubular Bells e a editora, Virgin.
De facto, Mike Oldfield foi o primeiro músico a assinar pela Virgin, em 1973. Passado pouquissimo tempo, Tubular Bells vendia como amendoíns, e a Virgin começava a editar os músicos e bandas mais "quentes" do panorama britânico dos anos 70.
Hoje, Sir Richard Branson, agraciado pela Rainha com o título de Cavaleiro, é um dos homens mais ricos da Europa e dono da original companhia aérea Virgin Atlantic.
Mike Oldfield continua a compôr, hoje mais para apreciadores, mas nos seus concertos não dispensa ainda passagens do velhinho Tubular Bells, que é uma obra admirável e resistente à erosão do tempo. Foi tema de banda sonora do Exorcista e há toques de telemóvel com o início da primeira parte. Já la vão mais de 35 anos.

2 comentários:

horned_dog disse...

Pois, isso de apostar no cavalo certo não é praa todos... É mesmo preciso ter olho! Agora é só ver onde os dois chegaram!

P.S.: Ainda quanto à sonoridades electrónicas, ontem fui ao Pav. Atlântico ver Depeche Mode... Ganda concerto! Demais... Mais um bom exemplo ;-)

Rui Valdiviesso disse...

E por falar em sonoridades electrónicas, o próprio Oldfield também as usa. E também o seu "congénere" francófono, Jean Michel Jarre.
E sim, os Depeche Mode são um bom exemplo.